Módulo I



Políticas de inclusão e medidas educativas para alunos com necessidades educativas especiais




I - Notas e apontamentos

Este segundo tópico tem como finalidade abordar os seguintes conteúdos:


- Enquadramento internacional e europeu sobre a inclusão dos alunos com NEE
- Legislação nacional sobre a inclusão nas escolas regulares;
- Referenciação dos alunos - CIF
- Identificação das medidas de adequação
- O Plano Educativo Individual (PEI)
- O Plano Individual de Transição (PIT) 







Evolução das definições de deficiência e incapacidade ePortugal 

(vídeo da autoria da Prof.ª Manuela Sanches Ferreira do Instituto Politécnico do Porto)







II - Atividades do Módulo I


Perspectiva Histórica da Inclusão







III - Comentário temático do Módulo I

Numa perspetiva de desenvolvimento de boas práticas de inclusão, em 2000, Booth e Ainscow criaram um manual (traduzido para português apenas em 2002), o Índex para a inclusão: desenvolvendo a aprendizagem e a participação na escola, que analisa três grandes dimensões do desenvolvimento das escolas, relacionadas entre si: a cultura, as políticas e as práticas. Este documento faz um apelo às escolas para uma reflexão sobre si mesmas e para a introdução de mudanças importantes, implicando uma observação pormenorizada sobre a forma como se podem diminuir, em relação a qualquer aluno, as barreiras à sua aprendizagem e participação. Apresenta três conceitos-chave, de forma a facilitar a discussão sobre o desenvolvimento da educação inclusiva: (i) a inclusão, (ii) as barreiras à aprendizagem e à participação, e (iii) o apoio à diversidade (Booth & Ainscow, 2002).

No que concerne ao complexo conceito da inclusão, este: (i) envolve mudança; (ii) é um ideal a que todas as escolas podem aspirar mas que nunca será plenamente atingido; (iii) é um processo contínuo de desenvolvimento da aprendizagem e da participação de todos os alunos, entendendo que participação significa a aprendizagem em conjunto com os outros e a colaboração com eles em experiências educativas partilhadas; (iv) requere um envolvimento ativo na aprendizagem, pois tem implicações na forma como é vivido o processo educativo e (v) envolve o reconhecimento, a aceitação e a valorização de si próprio. Em suma, na conceção destes autores, a inclusão implica tornar as escolas lugares acolhedores e estimulantes, tanto para o seu pessoal, como para os seus alunos, constituindo comunidades que estimulam e comemoram os seus sucessos.

Com o conceito de barreiras à aprendizagem e à participação os autores pretendem apresentar uma alternativa ao conceito de necessidades educativas especiais (NEE), pois consideram que a situação não se resolve apenas com a identificação. A designação de NEE apresenta limitações consideráveis e confere um rótulo que pode conduzir a uma diminuição das expectativas, desviando a atenção das dificuldades dos alunos que não têm esse rótulo, mas que também as podem ter, e não atende a fatores ligados às relações pessoais, às culturas, às estratégias de ensino e de aprendizagem, assim como à organização e política da escola. Portanto, na sua opinião a manutenção de rótulos contribuí apenas para a fragmentação dos esforços feitos pelas escolas, na resposta à diversidade dos seus alunos.

Constatam ainda Booth e Ainscow (2002) que, embora a expressão necessidades educativas especiais constitua uma barreira ao desenvolvimento de práticas inclusivas, mantêm-se como parte integrante do quadro cultural e político das escolas. Para estes investigadores a utilização do conceito de “barreiras à aprendizagem e à participação”, em vez da expressão “necessidades educativas especiais”, faz parte de um modelo social, de uma forma de encarar as dificuldades na aprendizagem e as deficiências, contrastando com o modelo médico, segundo o qual as dificuldades educativas derivam de deficiências ou incapacidades da criança ou do jovem.

De acordo com o modelo social, as barreiras à aprendizagem ou à participação podem ser causadas por circunstâncias sociais e económicas que afetam as vidas dos indivíduos, e embora as escolas não possam fazer muito para ultrapassar as incapacidades podem diminuir consideravelmente as deficiências produzidas por atitudes discriminatórias, ações e barreiras institucionais. As barreiras à aprendizagem e à participação podem impedir o acesso à escola ou limitar a participação dentro dela, logo a sua minimização deve envolver a mobilização de recursos no âmbito das escolas e das suas comunidades.

Por último, o conceito de apoio à diversidade é um conceito mais alargado de apoio, considerando, como tal, todas as atividades que possam desenvolver a capacidade da escola em responder à diversidade. Considera-se assim que o apoio individual apenas constitui uma parte da tentativa de aumentar a participação dos alunos, e que o apoio preconizado pelo Índex está presente quando os professores preparavam as suas aulas, tendo em vista todos os seus alunos, reconhecendo os seus diferentes pontos de partida, experiências e estilos de aprendizagem, e quando os alunos se ajudam uns aos outros (Booth & Ainscow, 2002).


Referências Bibliográficas
Booth, T., & Ainscow, M. (2002). Índex para a inclusão: Desenvolvendo a aprendizagem e a participação na escola. Sintra: Associação Cidadãos do Mundo. Consultado através http://redeinclusao.web.ua.pt/files/fl_79.pdf









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